#wd135 - Como é feito o whisky?

Recentemente um dos meus seguidores me perguntou, como o whisky é feito? Com mais de dois anos de existência desta página, além das muitas vezes que falei sobre whisky, percebi que não havia escrito nada sobre este tema, nem aqui na página, nem no blog. 


Pesquisando mais afundo sobre o tema, aprendi que esta é a pergunta mais buscada no google quando o assunto é whisky, no Brasil. E, cá entre nós, é uma pergunta interessante, pois as respostas podem variar de autor para autor, de tipo de uísque para tipo de uísque. 

Segundo Eddie Ludlow no seu livro (aliás, recomendo) “Whisky a Tasting Course”, todo o uísque é feito essencialmente da mesma maneira, destilando o “spirit” (destilado) de grãos.” Eu costumo dizer que uísque nada mais é que água + grão + fermento e que, depois de alguns processos fabris, destilamos este mosto fermentado para ter o uísque. 

Em tese esta “mesma maneira” ao qual o autor se refere são os 6 passos para se produzir um uísque. O primeiro começa pela preparação do grão. Para os Single Malts, faz-se a maltagem da cevada. Para os Bourbons, cozinha-se o milho e outros grãos. Em seguida, no segundo passo, temos a secagem e uma espécie de moagem do grão seco, que forma um tipo de farinha. A secagem é a responsável por parar o processo de maltagem da cevada, e esta pode ser feita pela secagem por convecção do ar ou pela famosa fumaça da tufa proveniente dos fornos. 



Depois se mistura água morna aos grãos moídos, formando aquela espécie de mingau (wort). A água adicionada sempre a temperatura constante e morna extrai o máximo de açúcar do mosto, e passa do mash tun para os washbacks. É nestes washbacks que iniciamos o quarto processo, que é o da fermentação. Aqui se adicionam os fermentos, que tem diversas origens e denominações para cada tipo de uísque. A função destas leveduras é converter o açúcar disponível no wort e transformá-la em gas carbônico e álcool. Depois de 48 a 100 horas de fermentação teremos uma espécie de cerveja, ou wash, com teor alcoólico de 7% à 9%. 




O penúltimo passo é a destilação. A destilação pode ocorrer em destiladores tipo alambique ou de coluna e que geralmente são destiladores feitos de cobre. Os uísques de malte, em sua grande maioria, passam primeiro pelo wash still e seu líquido condensado (low wines) passa para o segundo destilador (dupla destilação). Os irlandeses passarão o líquido condensado por mais uma destilação, o que denominamos “triple distilled”.  



Bourbon ou whiskies de grão, de maneira corriqueira, são destilados em destiladores de coluna. Os destiladores de coluna estão em constante alimentação do mosto fermentado, sem necessidade de parar sua destilação. Os destiladores tipo pot still produzem uma quantidade limitada por vez que se é utilizado, fracionando sua produção por lotes. 




E, por fim, se dá a maturação. Quase todos os uísques do mundo utilizam barris de carvalho para o envelhecimento de seus destilados. Aqui os fatores de ambiente, legislação e regionalidade, influenciam diretamente no sabor do destilado. Os uísques podem ser envelhecidos em barris totalmente novos ou de reuso, que já continham outros uísques ou vinhos anteriormente. 


E aí, curtiu a postagem? Já conhecia o processo de fabricação de um uísque? Comente abaixo! 

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