Whisky Descomplicado

The Macallan Double Cask Gold, um excelente whisky para se celebrar uma grande amizade. Em uma palavra; um presente. Fui apresentado à destilaria The Macallan pelo meu amigo (de longa data) @madmanfri. Na ocasião era um The Macallan Gold, da Série 1824 , e que hoje em dia teve seu nome e garrafa ligeiramente modificados. O Double Cask Gold continua fazendo parte da destilaria, é uma de suas expressões de entrada, e agora passa a ser apresentado na Série Double Cask. O foco principal desta série, segundo o site da destilaria, é demonstrar o casamento do estilo Macallan com o adocicado dos barris de carvalho americano. Os Macallan são Single Malts de altíssima reputação no mundo do Whisky. Seu cuidado com o seu processo de fabricação é inigualável. A busca pela alta qualidade é tanta que ela é uma das únicas destilarias do mundo que tem um profissional específico para determinar em qual barril será maturado cada destilado produzido. É a função de master of wood. Além disso, a

Haig Dimple, Fine Old Original DeLuxe Scotch Whisky, um Blend agradável. No mundo todo é conhecido como (Dimple) Pinch, e, inclusive, sua embalagem e garrafa trazem este nome. No Brasil e nossos vizinhos, é conhecido como Dimple. Em seu surgimento teve outro nome; Haig & Haig. Seu nome é sugestivo e foi dado devido ao formato único da garrafa de três lados: Pinch, aperto e Dimple, ondulação. Esta garrafa redondinha de três lados foi criada em 1890 por John Haig. A família Haig e Stein foi muito referenciada ao longo da história da destilação de whisky, na Escócia e no mundo. Kane Mackenzie Haig fundou a destilaria Haig no início do século 18, próximo a Stirling, e logo em 1733 se tornou a maior destilaria da Escócia. Também, por muitos autores, é conhecida como a primeira destilaria comercial do mundo. A história ainda conta que a filha de Haig, Margaret, casou-se com John Jameson e logo mudaram-se para a Irlanda. A partir de então, próximo ao fim do século, fundaram a

Jameson Irisih Whiskey, o triplo destilado irlandês. Em uma palavra; versátil. Jon Jameson, um advogado irlandês do século 18, aprendeu o processo de destilação e começou a produzir seus Blends. Logo, em 1780 na cidade de Dublin, fundou a destilaria com o seu nome de família. Desde então a Jameson foi controlada por gerações e gerações da família, até sua passagem para a Irish Distillers, no final do século XX. A Jameson é a marca de whiskeys irlandeses mais famosa do mundo. Apresenta mais de 10 variações de destilados, desde single grains até blends. Hoje em dia é produzido no complexo Midleton em Cork, na Irlanda. Whiskey irlandês usa cevada maltada e não maltada. A cevada quando não é maltada, não vira malte. Sim é óbvio, mas isso se deu por causa das taxas aplicadas sobre o malte, em 1785. Com isso a produção de Single Malts ficou muito cara. Por volta anos 1800 o whisky irlandês era muito famoso pela sua qualidade, essa dada pela destilação especificamente realizada em

Highland Park 14 Loyalty of the Wolf figura entre os três melhores whiskies dos quais já degustei, talvez até como o melhor de todos até o momento. Um excelente whisky. As Ilhas Órcades foram habitadas pelos Vikings por cerca de 600 anos até sua expulsão. Devido à este tempo significativo em que eles habitaram as ilhas, o legado de sua cultura deixas marcas nas expressões de seus habitantes até os dias hoje. Os Vikings consideravam os animais pelos seus valores e os incorporavam em sua cultura, nas batalhas, nos escritos, lendas, entre outros. Essa expressão da destilaria homenageia o Lobo ("Lealdade do Lobo"), animal reconhecido com alta reputação pelos Vikings. Segundo eles, as alcateias apresentavam senso de lealdade entre seus membros, forte instinto de proteger e defender, não só sua família, mas sua terra em que vive. E, observando o comportamento deste animal, os Vikings se inspiraram na figura do Lobo para cultivar estes valores tão importantes.

Johnnie Walker Swing, um Blend muito agradável. Swing é um dos whiskies mais antigos da JW, sendo mais antigo até do que o Blue e o Green Label. Foi apresentado em 1932 para substituir o antigo White Label, que havia sido descontinuado na mesma época devido sua baixa procura. O próprio Alexander Walker II foi o criador do Blend e de sua pitoresca garrafa, suas últimas criações. Como já postado anteriormente sobre as garrafas da JW, além do cuidado estético, há o cuidado funcional também. Um deles é referente ao transporte; por isso, de formatos quadrados e outros originais. A história conta que, durante uma viagem de navio, Walker observou que as garrafas caíam com o balanço das ondas do mar. Esse foi o impulso que inspirou seu criador a conceber a tão diferente garrafa de whisky que conhecemos até hoje. Assim, a garrafa foi concebida para que, em caso de balanço do navio, não caia nem quebre. O Swing é um blend composto de mais de 30 diferentes whiskies, sendo a maioria de

Matsui The Tottori, meu primeiro whisky japonês, e, por ser primeiro, dificilmente será esquecido. Uma definição para ele em uma palavra; exótico. The Tottori é o nome dado à Prefeitura próxima ao Monte Daisen, na ilha de Honshu, e é onde está localizada a cidade de Kurayoshi, que dá o nome da destilaria fabricante deste blend japonês. Segundo informações no site da destilaria, Kurayoshi significa "A vida é boa". A Matsui Whisky, fundada em 1910, é bem pequena e produtora independente de diversos tipos de destilados, de bons saquês até single malts. Recentemente ganhou prêmio de melhor Blended Malt Whisky japonês com suas expressões de 12 e de 18 anos, da World Whiskies Awards 2021. O Matsui The Tottori é um whisky produzido feito de grãos e de cevada maltada, classificando-se em um Blended Japanese Whisky. A destilaria importa destilados maltados da Escócia para incorporar ao seu Blend. Este whisky é envelhecido em barris de carvalho americano branco, por um temp

Highland Park 12 Viking Honour, demonstra o início do caminho trilhado para a perfeição. HP é a minha queridinha, e você leitor já sabe disso. Tirando meu favoritismo de lado, ainda sim, considero um excelente whisky. Em 2017 a HP decidiu revitalizar seu visual incluindo as garrafas, das quais eu realmente acho fantásticas. Com isso, uma das expressões do Core Range da destilaria, o 12 anos, teve sua imagem revisada. Sua garrafa recebeu novos desenhos, um novo rótulo, e um novo nome, "Viking Honour". Obviamente, a receita deste excelente malte não mudou. O Viking Honour é um whisky envelhecido em barris de carvalho americano ex-bourbon ex-Xerez e uma pequena parte, cerca de 20%, first fill. É um whisky turfado, potente, vínico e muito agradável. Sua turfa é específica, extraída das ilhas. Comparada com a turfa de Islay, seu gosto é um pouco diferenciado, majoritariamente por influência do tipo de grama e plantas que crescem nas Ilhas Órcades. Devido in

Johnnie Walker Blue Label, como descrevê-lo em uma única palavra? Desejo? Status? Ostentação? Eu descreveria; polêmico. Até 5 anos atrás, havia sido o melhor whisky que eu já havia degustado. E não há nada de mal em dizer isso, pois, na minha avaliação, é um Blend de alta qualidade. Por que descrevo como polêmico? Pelo preço final. O preço cobrado, hoje em dia, pelos vendedores, é muito alto para o que o Blend entrega aos degustadores de mais longínqua jornada. Não digo que seja um whisky ruim, pelo contrário. Mas ainda falta um "quê" em sua formulação que não justifica o que é cobrado. Então podemos entender que todos os Blends serão inferiores em qualidade que os Single Malts, e, portanto, deveriam ser mais baratos? O problema do alto preço está no marketing abusivo que foi feito sobre este whisky em si. É um whisky de alta qualidade, em que é possível se perceber notas de whiskies jovens e mais amadurecidos, e, o conjunto da obra é muito bom. É composto de 40 w

Jim Beam Black Extra Aged, também conhecido como JB Black, ou, irmão mais novo do White Label. Um bourbon maturado de fácil degustação. A destilaria Beam foi fundada em 1795 pelo fazendeiro Jacob Beam, no nome original Old Jake Beam. Ela existiu durante todos estes anos, desde então, sob controle familiar. Hoje em dia faz parte do conglomerado Beam-Suntory. No século 19, com a chegada de cada vez mais novos navios mercantes, o bourbon começou a ser bastante procurado e passou a ser exportado. Devido à sua grande procura, o produto passou a sofrer com a falta de barris para armazenagem. Passaram, então, precisar a utilizar barris que contiveram até (pasmem) vinagre e peixes! Para se eliminar o cheiro residual destes barris, foi inventado o processo de torra do barril. A partir daí descobriu-se que, além de eliminar o cheiro nada agradável dos velhos barris, este processo de acentuava o gosto de baunilha e caramelo dos barris de carvalho americano, características bastante ma

Highland Park Spirit of the Bear, meu primeiro Single Malt da minha destilaria favorita. Localizada nas ilhas Órcades, a Highland Park produz whiskies tão bons que, na minha opinião, merecem mais de um review. Aproveito a oportunidade para novamente saboreá-lo, fazer o meu segundo review, e apreciar mais uma experiência deste saborosíssimo destilado. Sobre a Highland Park eu já fiz um post contando um pouco sobre seu legado de grande influência Viking, bem como sua história. Sobre o whisky em si, fiz um review em meu perfil particular do Instagram, sem vínculo direto com a página. Spirit of the Bear (espírito de urso) foi batizado em homenagem aos ursos, que eram animais bastante admirados pelos povos ancestrais que viviam nas ilhas, bem como pelos vikings. Suas principais características são a resiliência e autossuficiência, princípios que norteavam os vikings em suas batalhas e conquistas. Eles acreditavam que, quando uma pessoa matava um urso e depois usava a

Johnnie Walker Aged 18 Years, o Blend de idade declarada da JW. Mas e o Gold Label? E o Platinum Label? Sim, vou explicar neste post. Há algum tempo, fiz um post sobre o JW Gold Label Reserve. Não estamos escrevendo sobre ele aqui. Aquele é um whisky sem idade declarada e muito diferente do Aged 18 Years. Então, o que é o Aged 18 Years? É um antigo whisky, que, até o início dos anos 2000 era chamado de Gold Label 18 anos. A partir de 2012, o mesmo whisky foi rebatizado de Platinum Label 18 anos. E agora, sempre com a mesma formulação, foi re-rebatizado de Aged 18 Years. Por quê? Puramente, marketing. Nunca deixou de fazer parte da linha principal de whiskies da Johnnie Walker, mesmo tendo mudado de nome várias vezes. É um blend composto de 18 whiskies diferentes. Dentre as destilarias que compõe o blend, estão a Caol Ila, presente no esfumaçado leve; Cardhu, Glen Elgin e Auchroisk, presentes no dulçor e floral; Blair Athol, presente no frutado. Todos

Jim Beam Original, também conhecido como White Label. É o Bourbon Whiskey mais vendido do mundo? Sim! A história viva em se tratando de whiskey americano. Em 1740 a família de alemães Boehm migrou para a América durante a época das treze colônias britânicas. Como agricultores, especializaram-se no cultivo do milho. A família trabalhou por meio século, migrou para o Kentucky, e teve seu sobrenome americanizado; tornou-se Beam. Na mesma época, o governo estadunidense incentivou ($) o cultivo do milho e de seus produtos derivados. Daí, portanto, surgiu o whiskey à base de milho. A destilaria Beam foi fundada em 1795 pelo fazendeiro Jacob Beam, no nome original Old Jake Beam. Ela existiu durante todos estes anos, desde então, sob controle familiar, até mesmo durante os 13 anos de proibição, na década de 20. Em 1933 James Beam ("The Colonel and The Legend") após o cancelamento da Proibição, reformou toda a destilaria em 120 dias e a rebatizou Jim Beam. Até hoje encontr

The Glenlivet 12, um verdadeiro Scotch que, de revolucionário, tornou-se um grande clássico. George Smith começou a destilação de whisky de forma ilegal durante os períodos de proibição impostos pela Inglaterra. Em 1824 a destilaria foi estabelecida legalmente e iniciou seu legado. A qualidade do whisky gerou à eles fama ao ponto se tornarem um padrão de qualidade. As outras destilarias concorrentes destacavam em seus rótulos o "padrão Tipo Glenlivet" para identificar ao consumidor o sabor do seu whisky. No passado a Glenlivet produzia poucos litros de whisky por semana. Hoje produz mais de 10 milhões de litros por ano. Com isso, Glenlivet é o segundo Single Malt mais vendido no mundo. Dentre suas vendas, o 12 é o seu grande campeão. A partir de 2019 a destilaria deu uma nova cara para a garrafa do 12 e o batizou de "Double Oak". Não mudou nada do seu single malt original, apenas uma nova jogada de marketing seguindo as tendências de mercado. O 12 é inte

Johnnie Walker Green Label, o queridinho dos apreciadores da família Label. O meu Label favorito. Fez parte da linha principal da JW até 2012, momento em que a destilaria o restringiu apenas para venda em Taiwan, devido indisponibilidade de single malts de suas destilarias. A partir de 2016 o whisky retornou para o Core Range mundial da marca, notícia que animou a todos os amantes do malte. É o mais complexo de toda a linha Label dos JW. Sua composição é 100% de cevada maltada e de apenas 4 single malts de suas destilarias irmãs; Talisker (turfado e salgado), Caol Ila (turfado e defumado), Cragganmore e Linkwood, estas últimas representando a leveza e harmonia dos whiskies Highland e Speyside. Por não trazer nenhum outro grão na sua composição, somente o malte, é categorizado em um Blend Malt. Seus whiskies mais novos foram maturados por, no mínimo, 15 anos em barris de carvalho europeu e americano. A versão atual tem proporções de malte um pouco diferentes da original. O w

Jack Daniel's Tennessee Honey, um uísque que não é uísque? A própria embalagem descreve como "Honey Liquer". É isso mesmo? Sim, é isso mesmo. Conforme a legislação estadunidense para a categorização de uma bebida em whiskey e bourbon, por não ter no mínimo 40% Vol. de álcool em sua composição (produto já engarrafado), não pode ser considerado Whiskey. O Tennessee Honey é, portanto, um licor à base de Whiskey. Preconceitos? Nenhum. É um licor à base de whiskey Jack Daniel's, sendo um deles o já conhecido e postado Old No.7. Os demais whiskeys que compõe sua mistura são feitos de milho, centeio e cevada maltada. Para este composto, é adicionado o licor de mel, que confere o característico sabor do produto. A destilaria não informa as proporções adicionadas na bebida, propriamente. O que ela nos traz é que, os whiskeys adicionados ao Blend foram maturados em barris de carvalho americano, tostados, comum ao processo de um bourbon. Sobre a destilaria, já postei

The Dalmore 12, para mim o melhor Sherry Cask nível de entrada para os amantes de whisky. Em uma palavra; excelência. O The Dalmore 12, espinha dorsal da destilaria, faz parte da linha permanente, The Principal Collection, junto com o 15, 18 e 25 anos. Também traz em sua garrafa e embalagem o brasão da família Mackenzie, assim com os demais. O 12 anos foi vencedor de alguns prêmios internacionais, sendo o mais expressivo o San Francisco World Spirits de 2017, com duas medalhas de ouro! É um whisky oleoso e de muita personalidade. Em seu processo de maturação, o whisky é parcialmente fracionado em duas grandes partes. Todo ele é envelhecido por 9 anos em barris de carvalho americano que continham bourbon, e depois separado em duas grandes partes; metade deste destilado é então maturado em barris de carvalho europeu que contiveram ex-Xerez Oloroso por 3 anos e, a outra metade permanece maturando nos barris originais. Na finalização, os whiskies que eram envelhecidos nos sherr

Johnnie Walker Double Black Label, o Black Label com extra-defumação. Este whisky foi elaborado em 2010 pelo Master Blender da Johnnie Walker, Jim Beveridge. Ele criou uma versão com mais defumação e picância do clássico Black Label, buscando adicionar mais maltes das destilarias de Isla em sua composição. Em linhas gerais, as destilarias de Isla são famosas por produzirem Single Malts turfados e defumados, o que confere cheiro e gosto defumado aos seus whiskies. O Blend Black Label, que é defumado, é a base deste whisky; à ele foram adicionados maltes mais novos que na sua composição original. Além disso, existem mais maltes das destilarias Caol Ila e Lagavulin, ambas de Isla, que conferem mais características de fumaça para o Double Black. Diferentemente do seu "primo", o Double Black não tem idade declarada (NAS) (não, ele não é 2 x 12 anos). É uma mistura de destilados envelhecidos por, no mínimo, 3 anos em barris de carvalho americano que foram altamente quei

Crown Royal De Luxe, um whisky canadense que faz jus à sua origem; calmo e suave. Este whisky foi criado em 1939, em ocasião à visita do Rei George VI, primeiro rei à visitar as terras canadenses desde então. A destilaria Crown Royal, através de seu master blender, testou mais de 600 combinações possíveis de blend até chegar na fórmula do De Luxe. Além disso, uma garrafa toda trabalhada com um formato similar a um decanter, foi elaborada. E, para finalizar, a embalagem em um bolsa na cor roxa, da realeza, com um "pingente" dourado. Este whisky foi um presente para a realeza britânica, durante sua visita, e a mesma acabou por levar consigo para a Inglaterra as 10 primeiras garrafas deste whisky. A partir de 1960 o whisky foi regularmente vendido nos EUA e exportado mundialmente. Hoje em dia, este whisky é composto de 50 blends de diversos cereais. É um composto de whiskies de centeio, milho e cevada, 80% destes naturais da região do Manitoba, onde se localiza a des

The Dalmore 15 anos, um whisky complexo e de alta qualidade que atrai tanto conhecedores, como amadores e inciantes. Resumidamente em uma palavra; agradável. A história conta que, em 1263, o Rei Alexander III estava em uma caçada e foi surpreendido por um alce e, sob um ataque repentino, foi salvo por Colin de Kintail, chefe do clã Mackenzie. Como homenagem, o rei permitiu o uso da figura do Royal Stag de 12 pontas para o clã, como brasão de família. A destilaria foi fundada quase 6 séculos depois deste episódio, por Alexander Matheson, que logo a passou para Andrew e Charles Mackenzie. Por serem membros da família, logo trouxeram o brasão para a destilaria, e os estampam em cada garrafa que a destilaria produziu, desde então. O 15 anos pertence à linha permanente da Dalmore, assim como o 12 e o 18. É uma destilaria que possui os barris mais antigos da Escócia. Devido sua qualidade, venceu prêmios internacionais em 2013 e 2014. É um destilado envelhecido por 12 anos em barr

Johnnie Walker Black Label, talvez o whisky 12 anos mais clássico e conhecido do mundo. Em 1852 o mercado da família Walker foi atingido por uma inundação e todo estoque de mercadorias foi perdido. Nesta época, Alexander Walker propôs ao pai deixar de lado o ramo de suprimentos e focar somente na produção de whiskies, integralmente. Assim, o Black Label foi criado por volta dos anos 1860 com o nome Extra Special Old Highland Whisky. Em 1876 a companhia foi oficialmente registrada e passou a exportar o produto para o mundo todo através dos navios mercantis. A empresa dava uma parcela das suas vendas aos capitães dos navios que quisessem transportar e vender os Blends nas cidades portuárias de destino. Em 1909 mudou de nome para o atual Black Label, em razão dos seus consumidores não lembrarem seu nome. Era comum as pessoas pedirem o whisky pela cor do rótulo. ("aquele da etiqueta preta!") Seu rótulo é colado em, exatos, 24 graus. Essa razão é porque a destilaria qu

Jack Daniel's Old No. 7 Tennessee Whiskey, uma iguaria, um estilo de uísque à parte, que, de tamanha originalidade, é o bourbon mais conhecido e consumido do mundo. Seu criador, Jack Daniel, é de origem do Tennesse em Moore County, no século XIX. Com 16 anos, já dominava a arte da destilação e, em 1866 comprou a propriedade em Lynchburg onde a destilaria está localizada até hoje. A Jack Daniel's está licenciada para operação desde esta época. O Black Label, Old No. 7 tem diversas teorias de como surgiu seu nome. Desde o número da sorte do sr. Jack até o número de namoradas que ele tinha. A teoria mais aceita é de que, numa degustação de um produto novo, a amostra que ele selecionou para a fórmula do destilado era a de número 7. Este bourbon não se destaca pelo tempo de maturação, mas pela sua qualidade. Possui 80% de destilado de milho, 12% de cevada e o restante de centeio. É envelhecido em barril de carvalho americano branco virgem e queimado (charred) por, no mín

Glenmorangie The Original 10 Year, derivado do gaélico significa "O Vale da Tranquilidade". É neste clima que a destilaria apresenta o seu Single Malt de entrada, que encanta pela sua harmonia e suavidade.  Surgiu por volta dos anos 1700 como uma cervejaria, Morangie Farm, na localidade de Tain. Em 1843 foi adquirida por William Matheson, transformada em uma destilaria e rebatizada para o nome atual. A destilaria sempre foi muito pequena. Até 2008 tinha apenas 16 funcionários. Em homenagem à eles, a antiga dona família Macdonald gravou em algumas garrafas e embalagens do whisky a expressão "The Sixteen Men of Tain". Apesar de uma destilaria de larga produção de Single Malts, só recentemente expandiu sua equipe para 24 funcionários. Ela possui os mais altos destiladores da Escócia (mais de 8 metros de altura). The Original é o porta-bandeira da destilaria. Maturado em barris de carvalho americano usados, ex-Bourbon, da Jack Daniel's. Seus barris são u

Johnnie Walker Red Label, o whisky mais conhecido e mais vendido do mundo. O primeiro whisky que experimentei na minha vida, o grande coringão para todos os momentos, e o mais conhecido de todos os brasileiros. Era conhecido antigamente como Special Old Highland Red Label 9yo no século 19, quando foi concebido. A partir de 1909, traz consigo na capa da embalagem ou na garrafa o famoso "Striding Man", o icônico logotipo da marca JW. O "John Walker" foi desenhado no início dos anos 1900, e como curiosidade, o criador do logo, Tom Brown era amigo de Charlie Chaplin. Algumas pessoas consideram alguma semelhança entre o John Walker e o ator britânico. Falando em curiosidade, foi um dos primeiros whiskies com garrafa quadrada. A razão era evitar a quebra durante o transporte em viagens de navio mais longas. É um Blended Scotch Whisky formado por 35 maltes de diversas destilarias. Também, neste mistura, compõe-se de whiskies de outros grãos, como milho, majorit

Ardbeg Corryvreckan, "The Ultimate Islay Single Malt", talvez o melhor Single Malt que já tenha degustado até hoje em minha vida. Sua definição numa palavra: Formidável. Sua inspiração, o redemoinho do Golfo de Corryvreckan no estreito entre as ilhas Jura e Scarba, faz jus ao destilado. Um grande e complexo redemoinho de sabores e aromas que se alteram a cada novo gole degustado, que traz uma experiência única para cada apreciador. O rótulo na garrafa é uma grafia do redemoinho, instigando à  experiência.  A destilaria Ardbeg se localiza na pequena ilha de Islay, que é banhada pelo ventoso Oceano Atlântico. (Sobre ela já descrevi um pouco no post sobre o An Oa.) A destilaria espera que você experiencie um whisky complexo no aroma e paladar. Sua porcentagem de álcool não é para os fracos, 57,1%! Essa "turbulência" provoca os aromas muito esfumaçados e sabor alternado entre pimentas e frutas secas. É um destilado envelhecido em barris de carvalho americano

Ardbeg An Oa, "The Ultimate Islay Single Malt". Um whisky referência quando se trata de Islay. Um turfado marcante, que vai além da turfa no seu complexo aroma e sabor. Uma delícia. A destilaria Ardbeg se localiza na pequena ilha de Islay, que é banhada pelo ventoso Oceano Atlântico. O clima é bastante chuvoso e úmido, um agitado ambiente que é experienciado na península de Oa (Mull of Oa), e que inspirou o nome deste whisky. Por isso, a destilaria espera que você experiencie um whisky arrendondado que passou por um bom tempo maturando no Vat (tipo Solera Vat já apresentado em outro post). No Vat há a mistura de whiskies envelhecidos em barris de carvalho novos, Sherry Pedro Ximénez e Bourbon first fill. Além de toda essa maturação o whisky é sem filtragem gelada, o que intensifica ainda mais os seus sabores. Single Malt, NAS (sem idade), 46,6%Vol. Região, Islay, Escócia. Whisky rico, complexo, bastante defumado e esfumaçado,  com muita presença ao lon

Aqui na página fiz uma série sobre as regiões produtoras de whisky da Escócia, já faz algum tempo. Uma das regiões mais procuradas pelos apreciadores de whisky da Escócia é a pequena ilha de Islay, pela característica única de seus whiskies turfados e bem defumados.  Começo agora mais uma série, sobre whiskies de Islay e apresento um pouco sobre a região, destilarias e seu produto. Islay, como já havia escrito, é uma das cinco regiões produtoras de whisky da Escócia, tem whiskies bastante defumados e esfumaçados, tem nove destilarias em atividade e realiza o festival Fèis Ìle anualmente. Dos whiskies que tive o prazer de degustar, listo aqui as principais características da destilaria e do whisky em si: Bowmore e Laphroaig são destilarias da Beam-Suntory, estabelecidas em 1779 e 1815. Seus whiskies são bastante defumados, com aroma bastante intenso da turfa e sabores que lembram algo medicinal, herbal. O Bowmore usa menos turfa na composição, é mais equilibrado e usa matura

Estou preparando mais posts sobre diversos temas para os próximos dias e semanas, mas, devido à excelente repercussão do assunto harmonização, compartilho algumas fotos do final de semana com a minha última experiência gustativa. Harmonização interessante com whiskies defumados e Sherry é a carne vermelha ou de porco, defumada. Elas realçam os sabores dos whiskies defumados, contrastam com a parte vinílica do Xerez e destacam-se positivamente durante a degustação.  Farei um review do Ardbeg An Oa, recentemente adicionado à minha coleção, graças ao meu pai que o me deu de presente. É um whisky de alta qualidade e com bastante presença de turfa, esta com sabor mais medicinal. Também farei um review de revisitação do Glen Moray Sherry Cask Finish e do Highland Park Loyalty of the Wolf, após os testes de harmonização. Tenho percebido com o tempo que os whiskies tem se modificado em meu paladar, mas sem perder a referência principal. E todos, sem exceção, tem me surp

Whisky pode ser harmonizado com comida? Sim, e como! De estudos muito novos na atualidade, a gastronomia já inclui o whisky na companhia de uma boa refeição! Em linhas gerais, o whisky, por ser maturado em barris que contiveram vinho, segue, aproximadamente, a linha de harmonização dos vinhos. Portanto, se você conhece um pouco sobre vinho, pode arriscar com seus pitacos a harmonização de um whisky com um prato que você imagine degustar com um bom vinho. Como referência, vale a pena lembrar o conceito de harmonização. A harmonia entre o prato e a bebida é o ideal a ser buscado aqui. Para isso, dois critérios se destacam: 1, sabores complementares e, 2, sabores  contrastantes. Do que pude experimentar, e aqui trata-se de uma mistura de literatura com prática, listo aqui um guia rápido de referência para acomoanhar sua degustação de whisky; Whiskies leves; (Blends, Single Malts de Speyside e Lowland) - frutos do mar leves - sushi e sashimi - pêra e ameixa Whiskies complexos;